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Audiovisuais

Bahia d'Orixás

Gabriel O. Alvarez

O vídeo realizado no terreiro Ilê Axé Opò Ajagunã, tombado pelo IPAC, explora o patrimônio imaterial, a cultura vivida no terreiro de tradição Kêtu. O vídeo foi produzido durante a pandemia, que proibiu a realização de encontro no barracão, pelo que nos concentramos nos rituais do Orô, cerimônias realizadas pelos filhos da casa para dar de comer ao Santo. O filme apresenta a performances dos Orixás durante o ciclo de festas. Focalizamos os Orixás como símbolo ritual que sintetiza as caraterísticas do ritual. A performances dos orixás e sua exegese realizada pelo Pai Aristides Mascarenhas permitem compreender a tradição kêtu vivida numa casa de candomblé tradicional da Bahia. O vídeo inclui diversos orixás como Exú; as Yabás; a família Afoman; Xangô; Oxóssi; e o Ipeté, ritual de agradecimento que fecha o ciclo de festas.

Banho de São João nas Águas do Rio Paraguai

Elis Regina Nogueira

O Banho de São João é uma festa de fé e devoção. Acontece há mais de 100 anos nas cidades de Corumbá e Ladário, situadas no pantanal de Mato Grosso do Sul.  O que mais caracteriza esses festejos na região é o ritual de dar banho no santo no rio Paraguai: os devotos levam em procissão suas imagens para o batismo simbólico nas águas do rio. A festa acontece no dia 23 de junho, véspera de São João, quando a água do rio adquire propriedades mágicas.

Bordando Cidadania

Vincent Glen Gielen

Através do projeto de inclusão social  ̈Projeto Cabocla - Bordando Cidadania ̈, Milena Curado traz a prática do bordado para penitenciária da cidade de Goiás, transformando o ambiente carcerário e a vida de inúmeras pessoas.

Combate à pandemia nas aldeias

Vandimar Marques Damas

Este vídeo reune depoimentos de mulheres e homens indígenas de diversas etnias sobre o combate à pandemia em suas aldeias.

Conquista do Espaço

César Rodríguez Pulido

Uma família camponesa e um grupo de estudantes de cinema mergulham no interior na busca de espaços de liberdade.

Dança das águas marajoaras

Alysson Camargo

Este curta-metragem foi feito duranta a pesquisa de campo em maio de 2018. Nele estava especialmente interessado na relação entre os pescadores, o rio e as canoas dos ribeirnhos na Ilha do Marajó - PA.

Devoção D'Abadiinha

Lucinete Morais e Thaynara Rezende

Devoção D'Abadiinha é um filme de bolso, etnobiográfico que apresenta a derradeira voz da foliã e devota Abadiinha durante a pandemia em que as manifestações populares estão suspensas.

Encantaria na Jurema

Bruno Karasiaki Filene

Encantaria na Jurema é uma etnografia audiovisual registrada numa festa de Catimbó e Jurema Sagrada conduzida pelo Mestre Zé Pelintra, incorporado pelo Babalorisà Alexandre de Xangô, e pela Mestra Maria Luziara, incoporada pela Iyalorisà Mariléia de Ósùmàré. A festa foi registrada no Ilè Asè Dán Fè Érò Ósùmàré, uma comunidade tradicional de candomblé Ketu, que possui diversos repertórios além da cultura Iorubana como a prática do Catimbó e Jurema, reexistências culturais afroindígenas. O curta-metragem faz parte de uma coletânea de dissertação de mestrado realizado no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Performances Culturais (PPGIPC-UFG).

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O diretor propôs com o chroma key (fundo de efeitos especiais) a inserção de profundidades metalinguísticas, ilustrando os pontos cantados de encantaria. O trabalho adapta à sétima arte, a interpretação da tradição cultural, realizando reflexividade acerca das letras, e buscando a potencialização das representações coletivas das religiões afroindígenas, sem remover o caráter autoral e conceito curatorial. Este último critério sobre a exegese antropológica e outros comentários sobre a diegese do produto cultural audiovisual, estão na dissertação.

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Os aspectos tradicionais são alinhavados com tecnologias audiovisuais e provocam a experiência do cine-transe, apelando à dimensão dos sentidos para envolvimento de diversos públicos. Como representatividade reexistente do patrimônio cultural latino-americano, embebido de decolonialismo, a tradição afroindígena representada no filme, têm exegeses dos sacerdotes e especialistas da tradição acerca dos personagens míticos incorporados. Isto é, o sacerdote e sacerdotisa apresentam e descrevem o mestre e mestra. Essa exegese é legendada em espanhol visando a ampliação do acesso internacional dessa tradição transnacional, que é idiossincrática a outras formas de reexistencia religiosa afro-indígena na América Latina. O trabalho foi realizado em parceria com o LAPOE - Laboratório de Pesquisa Olhares Etnográficos vinculado à Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás. Também é realizado pelo Observatório Interdisciplinar de Performances Culturais - OIPECU. Conta com apoio internacional do coordenador do Taller Miradas Antropológicas, do Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social (CIESAS-MX); Professor Mariano Baez Landa, que auxiliou nas traduções interculturais. A pesquisa realizada no PPGIPC-UFG que resulta neste produto cultural é orientada pelos professores Gabriel Omar Alvarez e Rodrigo Cássio Oliveira. Esta mesma pesquisa foi financiada pela bolsa Demanda Social da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. 

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Ampliamos a visibilidade da ciência da Jurema, desenvolvendo em metodologia compartilhada a representação das reexistências afroindígenas. Este exercício de produção coletiva do conhecimento apela para a interdisciplinaridade na realização etnográfica.

Habitar os olhos

Luis Felipe Kojima Hirano

Habitar os olhos, caminhar ao longo de imagens e seguir linhas desenhadas com uma câmera fotográfica são algumas das experiências propostas neste filme. Ele se baseia no relato e nas composições feitas pela fotógrafa Evelyn Torrecilla, a partir de suas vivências na terapia Arte Org, responsáveis por uma transformação em suas formas de ver e fotografar. O filme convida o espectador a mover seus sentidos ao longo de fotos tiradas por Evelyn. A trilha sonora, composta pela musicista e terapeuta arteorguiana Javiera Abufhele, também reverbera aprendizagens dessa terapia. O resultado é uma experiência sinestésica que sugere um embaralhamento entre cinema, fotografia, desenho e música.

Japão

Henrique Aguiar Borela

Olhando o mar de trevas, um estremecimento percorria-me o peito. Recordava, agora com os olhos abertos, e despertavam os fantasmas das antigas noites.

Kwaharer Wazegahaw - Retomando a Festa das Crianças

Dhiogo Rezende Gomes

O povo Tentehar-Guajajara da Terra Indígena Cana Brava, inicia um processo de retomada de suas festas ancestrais. A Festa das Crianças é realizada pelos parentes das T.I's Pindaré e Caru, mas na Cana Brava, esse ritual de iniciação foi realizado pela última vez, oito décadas atrás. Através de pesquisas e intensos diálogos com os anciões, jovens lideranças como o Cacique Magno Guajajara da Aldeia Monalisa, mobilizam suas famílias e suas aldeias, convidando parentes próximos e distantes, reunindo apoios e recursos, cruzando e trocando conhecimentos para avivar os rituais mais importantes da cultura tentehar.

Ma'e Ikwaw Paw: além das margens

Heraldo Leão Guajajara e Dhiogo Rezende Gomes

Uma jovem liderança indígena e um pesquisador articulam tacitamente um acordo, entrelaçam demandas de um trabalho etnográfico e respostas políticas pontuais do povo Tentehar frente aos preconceitos, equívocos e discriminações nas formas e conteúdos violentos que cercam a pessoa e a condição indígena na região centro-sul do Maranhão. Heraldo Leão Guajajara e Dhiogo Rezende Gomes pactuam esse documentário apresentando um movimento narrativo no (contra)fluxo da BR-226, agitando reflexivamente o estabelecimento da rodovia que corta a Terra Indígena Cana Brava, o trânsito das ideias e elementos de um determinado modelo de “progresso e desenvolvimento” cruzando o modo tentehar de (r)existir. O roteiro pontua as múltiplas posições e atividades dinamizadas, assumidas e apropriadas pelos indígenas, expondo uma crítica ao imaginário genérico de “índio estático”. Ao contestar essas imagens predominantes, os Tentehar-Guajajara afirmam-se atualizando séculos de contatos com a sociedade nacional, negociando e manejando elementos e posições entre ser “índio” e ser-como “branco”, entre o uno e o múltiplo. Produzindo diferenças e aproximações controladas diante das ameaças e das diferenças, vivem ao modo dos seus heróis fundadores, Maíra e seus filhos. Ma’e Ikwaw Paw é a expressão tentehar para conhecimento, saber. Uma condição imprescindível de experiências, proximidades e contatos interessados, movimentos dos olhos e das mentes para além do que se vê nas margens.

Mahiru, uma artista Karaja

Frederico Elias Barbosa Silva

O vídeo foi gravado durante minha pesquisa de campo no intuito de estudar o grafismo Karaja. A pedido da própria artista, o vídeo registra algumas de suas produções como artista e a coloca como ceramista de prestígio junto ao povo Iny.

Marta Kalunga

Marta Kalunga, Lucinete Morais e Thaynara Rezende

Conduzidos pelo corpo/território de Marta, vamos de encontro com sua história, sua busca pela valorização da memória e preservação da cultura Kalunga, entremeadas por seu tear e dança da Sussia.

Mascarados

Henrique Borela e Marcela Borela

No filme, a inconformidade com a decisão judicial que obrigava os mascarados da Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis a saírem com um número de identificação leva um grupo deles a tentar invadir a prefeitura da cidade. Quatro jovens, trabalhadores de uma pedreira, lidam de maneiras diferentes com a iminência da festa e a exploração do trabalho. Vinícius Curva de Vento (Vinícius), Gilmar Capivara (Aristides de Souza), Marcilei Caetano (Marcilei) e Marcus Ganchão (Marcus) sentem a revolta no corpo. O espaço exterior à ação dos personagens define os acontecimentos.

Mihe’aka Voxené: Simoné Veyopé Ûti! (Abre Caminho: nossas câmeras chegaram!)

Raylson Chaves

O documentário aborda o trajeto de sobrevivência de seis realizadores indígenas em Mato Grosso do Sul. São povos afetados pela violência, mas que utilizam dos seus olhares, da sua cultura, da sua ancestralidade para produção de conteúdo originário. Se o não-indígena não falar, eles vão falar

Obrigações de Axé

Bruno Karasiaki Filene

Obrigações de Axé é uma etnografia em vídeo filmada no Ilé Asè Dàn Fè Érò Ósumarè. A câmera participante (Rouch, 1995:96 apud Hikiji, 2013 pp. 121) é incorporada em uma cerimônia com três rituais. A Saída de Iawo de Yago de  Odé,  a  Obrigação  de  três  anos  (Odu  Eta)  de  Carmem  de  Oya  e  a Obrigação de sete anos (Odu Ije) da Ìyálàsé Dáfne de Iewá.O filme visa contribuir para a visibilização e difusão do Candomblé Ketu brasileiro, situado na  cidade de Goiânia, Goiás. As Obrigações de Axé são  os  compromissos  assumidos  por  tod@s  iniciados,  que  consistem  no mecanismo de  ascensão hierárquica  no  candomblé.  As  relações  sociais  são definidas pelo status adquirido na experiência junto ao Egbé (Comunidade) iniciado  naquele  Ilè  (Casa  de  candomblé).  O  filme  foi  legendado  em espanhol para  contemplar comunidades internacionais  que  acompanham o desenvolvimento  da  pesquisa  realizada  no  mestrado  do  Programa  de  Pós-graduação  Interdisciplinar  em  Performances  Culturais  da  Universidade Federal de  Goiás (PPGIPC-UFG). Há interlocutores da pesquisa praticantes das chamadas Regras de Orisà, desde Cuba e México.A  pesquisa  está  dialogando  com  produções  do  Taller  Miradas Antropológicas  do  Centro  de  Investigaciones  y  Estudios  Superiores  en Antropología Social (CIESAS-MX), e é inspirada pela Cátedra Internacional Roberto  Cardoso  de  Oliveira,  tratando  de  temas  relativos  a  Sistemas Interétnicos  (Cardoso de Oliveira, 1967)  na  América  Latina.  Englobamos nesta  perspectiva  o  culto  de  Orisà  e  variações  latino-americanas,  suas performances culturais de reafricanização e reexistências. O filme foi feito em parceria  ao  Laboratório  de  Pesquisa  Olhares  Etnográficos  (LAPOE) vinculado à Faculdade de Ciências Sociais da UFG e ao PPGAS-UFG, sendo orientado pelo professor Gabriel Omar Alvarez.O  filme  realizado  em  antropologia  compartilhada  possui  narração dos  participantes.  E  encontra-se  disponível  no  Youtube  a  mesa  de lançamento  realizada  junto  aos  sacerdotes  e  participantes  cujas  narrações explicam e ilustram o ritual.

O mistério do caçador

Lademir Mae’Yma (Apy’awa), Almir Henori Abstdire (Xavante),  Núbia Lawarita Javaé,  Itxeu Karajá, Kanio Djaminho, Trukuma Kuikuro, Edileide Lopes Guajajara, Wesley Kupsinã, Cesil Awararawoo,

Vandimar Marques Damas,Itandehuy Castañeda Demesa

O vídeo “O Mistério do Caçador” versa sobre um mito do povo  indígena Apy’awa/Tapirapé, falante da língua Tupi-Guarani. Esse mito narra a história de um caçador que desapareceu ao sair para  caçar na floresta. Segundo o mito do Macaco, quando nasce uma criança, não é permitido que o pai ou mãe vão à floresta. Portanto, homem não pode acompanhar os caçadores que saem para a caça. Mas um rapaz que tinha acabado de ter um filho, decidiu sair para ir à floresta para caçar. Os macacos alertaram o rapaz de que ele não poderia ir à floresta, pois o seu cabelo estava pintado da cor vermelha de Urucum. Mas ele desobedeceu e foi para a floresta para caçar. O rapaz desapareceu na floresta. O pessoal da aldeia, voltaram para a floresta para buscar o caçador, mas nunca mais o encontraram.

Ritual Sagrado Kuarup Kamayura:
entre o luto e o recomeço

Rosa Berardo

Documentário feito em parceria com jovens indígenas da etnia Kamayura, Xingu, sobre o ritual Kuarup de 2021. Durante a pandemia cinco membros da aldeia faleceram por Covid 19 e neste Kuarup estes mortos foram homenageados. A fotografia do filme, narração e edição foram feitos com a participação dos Kamayura. O filme é resultado do projeto de ensino de cinema na aldeia Kamayura, executado pela profa. Rosa Berardo do PPGACV-FAV-UFG

Rio de Memórias

Gleidson de Oliveira Moreira

Rio de Memórias é um documentário do diretor Gleidson de Oliveira Moreira, em parceria com a LR Produções, cujas protagonistas são duas lavadeiras (mãe e filha) da Cidade de Goiás - G.O. Suas histórias estão imbricadas na mesma experiência, embora seus marcadores geracionais sejam distintos. Viver como lavadeiras de ganho em uma cidade de origem colonial, marcada pelo machismo, racismo e conservadorismo, implica enfrentar olhares de indiferença e subalternidade que permanecem presentes independente do tempo histórico. Embora o ofício tenha desaparecido desde a década de 1970, a lavação de ganho deixou muitas dores que afetou a memória das duas lavadeiras. O filme mostra que desempenhavam um trabalho imprescindível porque mantinham apresentáveis corpos privados em espaços públicos, corpos que continuavam "sujos", afinal, era comum pessoas vestirem roupas limpas sem tomar banho. Rio de Memórias é um filme sobre memórias exiladas obtidas em etnografias dos intervalos, lugares interditos, que ao mesmo tempo é impactante e nostálgico.

Tempo de Guavira

Pedro Biava

O documentário Tempo de Guavira mostra a relação dos Kaiowá e Guarani com seus tekoha, terras tradicionais ameaçadas pelo agronegócio em Mato Grosso do Sul. Dezenas de depoimentos formam um retrato plural da luta indígena na região onde vivem mais de 55 mil kaiowá e guarani, boa parte deles em áreas ainda não demarcadas e ameaçadas constantemente por ações de despejo e violência. Ameaça que cresceu com a chegada de Bolsonaro ao poder em 2018.

O filme é uma obra coletiva. As imagens e entrevistas foram captadas por diversas mãos, indígenas e não indígenas, que atuaram em parceria nessa produção.

Verde Cor de Rosa

Vincent Glen Gielen

Um dia único na vida, onde se fazem votos de amor e uma relação se consolida. Acompanhamos a incrível experiência do casamento de um casal homoafetivo no interior do estado de Goiás. Ao mesmo tempo, familiares e amigos partilham como eles têm suas vidas impactadas pelo casal.

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